domingo, 7 de setembro de 2014

Scola, ¿decime que se siente?

Com atuação de gala do reserva Raulzinho, o Brasil domina a Argentina (85-65) e está nas quartas-de-final da Copa do Mundo FIBA

7 de setembro de 1822. Dia da independência do Brasil. 7 de setembro de 2014. Dia da independência de Raul Togni Neto. Uma atuação fantástica do armador reserva do Brasil, que mostrou para o mundo inteiro que a seleção brasileira não vive apenas de Marcelinho Huertas. O Brasil foi comandado por Raulzinho, que marcou 21 pontos, e por Anderson Varejão, que marcou apenas 8 pontos, mas pegou 9 rebotes e foi muito importante no garrafão.

Raulzinho, o dono da bola (Foto: FIBA)
Muito se falava antes do jogo da boa fase que Raulzinho vive e dá má fase que Huertas está passando. Alguns jornalistas até cogitavam a entrada do reserva no quinteto titular, mas o capitão da seleção, Marcelinho Huertas, começou a partida. E o que se viu foi um ótimo início de jogo dos "hermanos", com um primeiro quarto recheado de bolas de 3 (foram 5) e vitória por 21-13 dos argentinos, liderados pelo veterano Prigioni. No segundo quarto o Brasil voltou um pouco melhor, equilibrou o jogo e reduziu a vantagem dos rivais, indo para o intervalo perdendo por 36-33.

O terceiro quarto começou e o Brasil ainda tinha dificuldades para passar a frente no placar. Huertas não fazia uma boa partida, novamente, e Raulzinho havia entrado bem no segundo quarto. Foi quando o técnico do Brasil, o argentino Ruben Magnano, colocou Raulzinho em quadra novamente. E o que se viu a partir daí foi um atropelamento. O armador reserva ficou em quadra até o fim da partida, sem sair, e o Brasil conseguiu impor seu jogo, com uma defesa forte e transições bem feitas. Resultado? Virada e oito pontos de vantagem para o último quarto, 57-49.

O medo de o Brasil ter um daqueles "apagões", comuns na nossa seleção, não se concretizaram, já que o dia era de surto argentino. Scola errou 4 lances livres seguidos, ficou pendurado com 4 faltas, Prigioni também e as bolas de 3 que antes caíam, pararam de cair. O Brasil, com armação impecável de Raulzinho e grande aproveitamento nos arremessos, foi abrindo vantagem cada vez maior, se aproveitando do desequilíbrio emocional dos rivais e terminou a partida com vantagem de 20 pontos, 85-65.

A vitória brasileira foi a redenção dessa equipe que por tantas vezes foi desacreditada, além de tirar um peso enorme das costas, já que no retrospecto recente, os argentinos levavam grande vantagem. Já a derrota argentina foi o último capítulo da "Geração Dourada", com jogadores que se conheceram juntos na base, cresceram e comandados pelo mesmo Ruben Magnano, técnico atual do Brasil, se consagraram com um ouro olímpico em 2004. E hoje, curiosamente, o "cara" que os guiou para o auge, foi o mesmo que estava comandando a equipe adversária, que colocou fim ao capítulo mais vencedor da história do basquete argentino.
Felicidade brasileira, decepção argentina (Foto: FIBA)
Pontos fortes: ótimo aproveitamento nos arremessos de dois pontos (65%), melhora significativa nos lances livres (76%), defesa forte no segundo tempo e domínio nos rebotes (39-26).
Pontos fracos: a má fase de Marcelinho Huertas (o +/- dele foi o único negativo do Brasil, -5)* e alguns problemas na marcação do perímetro, dando a chance de argentinos arremessarem livres.

Destaques: Raulzinho com 21 pontos (9/10 em arremessos de quadra), Varejão com 8 pontos e 9 rebotes e Marquinhos com 13 pontos e 8 rebotes.

O Brasil volta a quadra na quarta-feira, dia 10, para enfrentar a Sérvia nas quartas-de-final. Na primeira fase o Brasil derrotou os rivais da próxima fase por 81-73. A Sérvia foi a grande surpresa dessa fase, derrotando com facilidade a até então invicta Grécia por 90-72 e mostrando um ótimo basquetebol. Os outros confrontos são Lituânia x Turquia, Eslovênia x Estados Unidos e França x Espanha.

*A estatística +/- é basicamente a diferença de pontos quando o jogador esteve em quadra. Por exemplo, Huertas hoje teve +/- de -5, ou seja, em todo o tempo que ele esteve em quadra, o Brasil marcou 4 pontos a menos que a Argentina. Já Raulzinho teve +/- de +25, ou seja, enquanto esteve em quadra, o Brasil marcou 25 pontos a mais que os rivais.

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