terça-feira, 23 de setembro de 2014

Vai voltar, Valencia?

Há algum tempo o Valencia deixou de ser aquele clube que constantemente incomodava Real Madrid e Barcelona, e era até campeão espanhol as vezes, além de ir longe na Champions League. Atualmente os Ches não tem feito boas campanhas e tem figurado no segundo escalão do futebol espanhol. No entanto, a perspectiva de futuro para o torcedor do Valencia é animadora, já que o tradicional clube deve ter sua venda fechada nas próximas semanas para o bilionário Peter Lin, de Singapura.
O que tem travado o negócio é o Bankia, instituição financeira que é a principal acionista do clube e que passa por extremas dificuldades financeiras. No entanto, de acordo com Amadeo Salvio, presidente dos Ches, Lin se entendeu com a empresa e a negociação que o fará adquirir o Valencia em definitivo deverá ocorrer em poucos dias. Com isso, poderá ocorrer até uma definição a respeito do 'Nuevo Mestalla', estádio que teve as construções suspensas por conta da crise do clube.
Caso a compra seja confirmada, o clube não pretende se tornar um dos novos ricos contratando estrelas por dezenas de milhões, mas sim equilibrar seus gastos investido em um bom trabalho de base. O ideal é misturar as contratações baratas com as mais caras, balanceando os gastos da instituição.
Dentro de campo, o torcedor do Valencia tem tido motivos para se animar. A equipe conseguiu nesta temporada da La Liga o seu melhor início no século XXI, desbancando a esquadra de Rafa Benitez. Com três vitórias e um empate em quatro jogos, ocupa a vice-liderança do Espanhol, atrás apenas do Barcelona, único time com 100% de aproveitamento até o momento.
O que chama a atenção nesse Valencia é que seus jogadores são extremamente jovens. O mais velho no elenco é Javi Fuego, com 30 anos. Soma-se a isso ao comando do jovem treinador Nuno Espírito Santo, e encontramos a fórmula de sucesso do Valencia CF. 
No gol, Diego Alves, que antes revezava com Guaita na meta, agora é titular absoluto. Na defesa, Otamendi, ex-Galo, chegou para dar segurança e tem feito bons jogos, além do jovem Gaya, que vem sendo observado por Del Bosque. No meio-campo, Pablo Piatti tem feito belíssimas partidas e conta com o bom apoio de nomes como Andre Gomes e Rodrigo de Paul no setor de criação, além do bom Feghouli para o banco de reservas. Já na contenção, Javi Fuego é quem fica mais atrás, enquanto Dani Parejo costuma aparecer com mais constância no ataque. Porém, o ponto forte da equipe fica no setor ofensivo, em que o jovem Paco Alcacer se destaca fazendo cada vez mais gols. O centroavante de 21 anos do Valencia já figura entre os convocados para a seleção espanhola. Rodrigo, contratado junto ao Benfica, faz ótimo início de temporada e tem tudo para estourar. Isso sem falar no maior reforço do clube para a temporada, o ótimo Alvaro Negredo, emprestado pelo City, que ainda não estreou. 
Aprendi a gostar de futebol vendo o Valencia. Em 1997, quando tinha apenas 6 anos de idade, já via Gaizka Mendieta comandando o meio-campo do clube. Isso sem contar nos grandes craques que me fizeram torcer para ele na Espanha, como Canizares, Ayala, Claudio Lopez, Morientes, Kily Gonzales, Aimar, Vicente, Joaquin, Villa e muitos outros. O retorno do Valencia ao hall dos grandes europeus seria um fato não apenas a ser comemorado pelo próprio futebol espanhol, mas no mundo todo, já que tem com muita história e tradição. 
No entanto, para que tudo se consolide, é necessário que a situação política se resolva e que Peter Lin feche a compra da instituição, que conta com uma torcida apaixonada e que merece ver os Ches de volta ao seu lugar, que é entre os melhores da Espanha e também da Europa. 
Volta, Valencia! Amunt!

Nenhum comentário:

Postar um comentário