terça-feira, 26 de maio de 2015

A escolha de Paul Pogba

Todos nós sabemos que Paul Pogba é uma realidade. O jovem francês de 22 anos já figura entre os principais nomes do futebol mundial, sendo colocado por muitos como um dos que podem vencer a Bola de Ouro no futuro, inclusive.
No entanto, Pogba passa por um momento crucial em sua carreira. Após três anos de Juventus, tendo vindo para Turim a custo zero, naquele que pode ser considerado o maior erro de avaliação de Sir Alex Ferguson, hoje tem seu preço avaliado em 100 milhões de euros.
Pogba tem o já comprovado interesse de gigantes europeus como Real Madrid e Barcelona, assim como uma proposta do endinheirado PSG, clube de sua terra natal.
Para um jogador de 22 anos, o meia francês tem um desempenho fora do normal. É um meia completo, que une força física e uma categoria poucas vezes vista recentemente. Sua visão de jogo lembra a de Zinedine Zidane em alguns momentos, e sua força física se assemelha a de Patrick Vieira.
Paul Pogba assumiu um papel que antes não tinha na Juventus. Com Antonio Conte, era apenas uma peça da engranagem. Na Juve de Massimiliano Allegri, virou o principal organizador do time, sendo responsável direto pela saída de jogo.
No entanto, o jovem jogador ainda não é um jogador perfeito, embora seu preço e a expectativa de todos o coloquem dessa forma. Por ser muito jovem, não é raro ver algumas decisões erradas dele. As vezes Pogba simplesmente é preciosista demais, por saber da sua habilidade, e acaba deixando a defesa em apuros, como aconteceu contra o Real Madrid. Outras vezes lhe falta a frieza para finalizar, como também pudemos ver diante dos espanhóis, embora isso não possa ser cobrado de um jogador de sua posição.
A questão é: o que será melhor para o futuro de Pogba? Ficar na Juventus, que aposta em sua formação e evolução como jogador, ou ir atrás das cifras e mídia que pode ter na Espanha, além da chance de morar na França, sua terra natal.
Pogba se sente em casa, é querido pela torcida, por todos no clube e já deixou clara sua vontade de ficar por mais um ano na Juve, que por sua vez, não tem a intenção de vendê-lo, ainda mais agora que vem retornando a condição de potência continental. No entanto, é difícil resistir ao poderio financeiro e técnico de Barça/Real/PSG.
E aí, 'Pogboom', qual vai ser?




domingo, 17 de maio de 2015

A sina do São Paulo

Brasileiro com mais títulos da Libertadores (empatado com o Santos) e único que tri-campeão Mundial do país, o São Paulo vive um drama que já dura quase uma década: seguidas eliminações do maior torneio Sul-Americano para conterrâneos. Desde 2005, quando eliminou o Palmeiras nas oitavas e bateu o Atlético Paranaense na final, o São Paulo encontrou outros clubes brasileiros no mata-mata da Libertadores nove vezes e foi eliminado em sete. Nessas sete eliminações, em três a equipe que bateu o Tricolor Paulista foi campeão (Inter-2006 e 2010 e Atlético Mineiro-2013), em três foram vice (Grêmio-2007, Flu-2008 e Cruzeiro-2009) e a restante ainda está em jogo (Cruzeiro-2015). Na sequência, vamos fazer uma retrospectiva desses confrontos.

Fernandão e Sóbis (Crédito: Site Oficial do Internacional)
Tudo começou em 2006. O São Paulo vinha de um 2005 maravilhoso, que culminou com a vitória incrível contra o Liverpool no Japão, com gol do Mineiro que deu o terceiro título Mundial da equipe do Morumbi. O técnico Paulo Autuori acertou com o Kashima Antlers e o Muricy Ramalho assumiu. O início foi promissor, o São Paulo chegou a grande final, passando inclusive pelo rival Palmeiras nas oitavas de final. E foi aí que o drama teve início. O rival na decisão foi o Internacional, de Abel Braga, que curiosamente havia assumido o Inter após a saída de Muricy do Colorado. Na primeira partida, diante de um Morumbi lotado, vitória do Internacional, com dois gols de um iluminado Rafael Sóbis. Foi a primeira vez que o São Paulo era derrotado dentro de casa em uma final de Libertadores. Na partida de volta, o Inter segurou um 2x2 e ficou com a taça. No fim do ano, o São Paulo foi campeão brasileiro (com o rival da final como vice-campeão) e o Inter campeão Mundial, batendo o Barcelona de Ronaldinho Gaúcho no auge.

Diego Souza comemora (Crédito: http://gremio1983.blogspot.com.br)
Em 2007, o São Paulo tinha novamente um gaúcho pela frente. Mas, dessa vez, o confronto foi com o Grêmio e ainda nas oitavas de final. O clube paulista era amplo favorito no confronto, mas não foi isso que se viu dentro de campo. O Grêmio tinha uma equipe modesta, com alguns talentos despontando, como Diego Souza e Carlos Eduardo, mesclado com jogadores experientes, como Schiavi, Sandro Goiano e Tuta. No jogo de ida, vitória do Tricolor Paulista por 1x0. Confiança em alta no Morumbi, porém, o que se viu na segunda partida foi um Grêmio inflamado pela sua torcida que lotou o Olímpico Monumental (quase 47 mil pessoas). O Tricolor Gaúcho abriu o placar com Tcheco, aos 17. O gol da classificação foi de Diego Souza, aos 29 da segunda etapa. Novamente, no fim daquele ano, o São Paulo foi campeão brasileiro, o segundo na sequência e o quinto no total. Já o rival gaúcho ficou com o vice-campeonato do torneio Sul-Americano, perdendo para o Boca Jrs na final.

Vibração de Washington (Crédito: Daniel Zappe/Fotocom)
A temporada 2008 começou com uma grande contratação no São Paulo: Adriano. O Imperador estava em crise na Internazionale e foi emprestado pelos italianos para tentar recuperar a sua alegria em jogar futebol aqui no Brasil. O São Paulo alcançou as quartas de final após deixar o Nacional-URU pelo caminho e enfrentaria outro Tricolor, o Fluminense, que voltava a Libertadores após 23 anos de ausência e havia feito a melhor campanha na primeira fase, por isso decidiria em casa. No Morumbi, o São Paulo dominou amplamente a partida e venceu, novamente por 1x0, com gol do Imperador. O segundo jogo, no Maracanã, presenciou uma das partidas mais emocionantes da história do torneio. O Fluminense abriu o placar logo no comecinho, com Washington, que não marcava a oito partidas. No segundo tempo, aos 26, Aloísio entortou o volante Ygor e cruzou no capricho para Adriano empatar. O Maracanã ficou em silêncio, mas por pouquíssimo tempo, já que logo na saída, Conca encontrou Dodô dentro da área, o artilheiro dos gols bonitos, dessa vez, errou o chute e contou com a sorte, já que Rogério Ceni não entendeu e acabou aceitando. O Fluminense chegava a 2x1, mas o São Paulo continuava se classificando. Os 20 minutos seguintes foram de pura tensão. Até que aos 46 minutos, Thiago Neves se preparou para cobrar um escanteio, os 80 mil tricolores presentes no Maracanã prenderam a respiração quando Washington, entre três jogadores cabeceou sem chances para Rogério Ceni. O Fluminense estava na semi-final, o São Paulo eliminado para conterrâneos pelo terceiro ano seguindo. Porém, novamente no fim do ano, o Tricolor do Morumbi levantou a taça do Brasileirão. Já o Fluminense, foi derrotado nos pênaltis pela LDU na final das Libertadores.

Celebração de Kléber (Crédito: UOL Esportes)
O São Paulo foi a primeira equipe na história a alcançar um tricampeonato seguido do Campeonato Brasileiro. E foi com esse título, que a equipe paulista entrou na Libertadores de 2009. Após uma primeira fase tranquila, o São Paulo enfrentaria o Chivas, do México, nas oitavas. Porém, o México passava por um surto da gripe H1N1, o que levou a Conmebol a reduzir o confronto a um jogo em São Paulo. Os mexicanos rejeitaram e o São Paulo se classificou sem jogar. Nas quartas, o adversário foi o Cruzeiro. Novamente Muricy Ramalho confrontava um brasileiro. Dessa vez, Washington, o carrasco de 2008, estava ao lado dos São Paulinos. Na ida, vitória do Cruzeiro por 2x1, com o Coração Valente descontando para o Tricolor Paulista. No jogo de volta, no Morumbi, um passeio celeste. O Cruzeiro venceu com facilidade, por 2x0, gols de Henrique e Kléber Gladiador, dando um passo importante no torneio onde foi finalista (perdeu para o Estudiantes-ARG). Já o São Paulo vivenciou naquela noite o último ato da Era Muricy Ramalho.

Alecsandro (Crédito: Jefferson Bernardes/Vipcomm)
Ricardo Gomes foi escolhido como substituto de Muricy Ramalho. Conseguiu terminar o Brasileiro 2009 em 3º, classificando o time para a Libertadores de 2010. Novamente uma classificação tranquila para as oitavas, porém, nessa fase, dois 0x0 com o Universitário do Peru, fez a vaga ser decidida nos pênaltis. O São Paulo avançou para as quartas e, após esse sofrimento, enfrentou o algoz do ano anterior, o Cruzeiro. Após quatro eliminações seguidas para conterrâneos, o São Paulo não tomou conhecimento do time mineiro e venceu as duas partidas por 2x0, se vingando da derrota em 2009. Nas semi-finais, outro antigo algoz: o Internacional. No Beira-Rio, o Inter precisou que o garoto Giuliano entrasse no segundo tempo, no lugar de Andrezinho, para marcar o gol da vitória magra, por 1x0. No Morumbi lotado e com a torcida contando que a "maldição" de ser eliminado por brasileiros havia sido derrubada, o São Paulo recebeu o Inter e terminou o primeiro tempo vencendo por 1x0, gol do zagueiro Alex Silva. No início do segundo tempo, a partida pegou fogo. Aos 6, Alecsandro empatou para o Colorado. Na sequência, aos 8, Ricardo Oliveira botou o São Paulo em vantagem novamente. Depois disso foram 40 minutos de sofrimento para a torcida tricolor, que aguardava o golzinho salvador que nunca veio. O Colorado de Celso Roth passou para a final, levou o título contra o Chivas mas deu vexame no Mundial, perdendo para o Mazembe, do Congo, na semi-final. No São Paulo, Ricardo Gomes não aguentou muito tempo e caiu.

"Lance" marcante (Crédito: Pinterest)
Após três longos anos de ausência no maior torneio Sul-Americano, o São Paulo retornou em 2013, após um título da Sul-Americana em 2012, na polêmica final contra o Tigre-ARG. O São Paulo caiu no grupo do Atlético Mineiro e se classificou na bacia das almas, como o pior segundo colocado, para enfrentar justamente o Galo. Nos confrontos da primeira fase, 2x1 para o Atlético em Belo Horizonte e 2x0 para o São Paulo em casa. Se esses resultados se repetissem, o São Paulo se classificaria. Mas já na primeira partida, isso caiu por terra, quando o Galo venceu por 2x1, após o Tricolor Paulista dominar o início de partida, abrir o placar com Jadson. Mas tudo caiu por terra quando o experiente Lúcio fez uma bobagem, foi expulso e abriu a porteira para um grande atuação de Ronaldinho, que fez um, o outro da virada foi de Tardelli. No jogo de volta, o Galo passeou, fez 4x1, com hat-trick de Jô. Um dos gols mais marcantes dessa série de quatro jogos, saiu após um lance polêmico, onde Ronaldinho pegava água com Rogério Ceni e se posicionou para receber um lateral na vitória do Galo por 2x1 na estréia. Foi o símbolo daqueles confrontos. Se o São Paulo conseguisse um empate naquela partida, teria outro confronto nas oitavas, o que poderia mudar muito na campanha das duas equipes. O Atlético, no fim das contas, após muito sofrimento contra Tijuana, Newell's e Olímpia, levou a Libertadores pela primeira vez. Já o São Paulo, que tinha Ney Franco como técnico, fez um dos seus piores Brasileiros, brigando para não cair por boa parte do torneio.

Fábio salva o Cruzeiro (Crédito: Eugenio Savio/AP)
Chegamos a 2015. O São Paulo teve de volta Muricy por dois anos, mas ele saiu no meio da primeira fase da Libertadores. Sem conseguir encontrar um técnico a altura, o interino Milton Cruz foi efetivado. Mais uma vez, o Tricolor Paulista sofreu na primeira fase, dessa vez caindo no grupo do arqui-rival Corinthians, mas no fim se classificou como melhor segundo colocado, com 12 pontos e enfrentaria o Cruzeiro, mais uma vez. Na primeira partida, um massacre do São Paulo, chances desperdiçadas em sequência e grande atuação de Fábio, o goleiro celeste. No finzinho, após boa jogada de Bruno, o argentino Centurión fez o gol da vitória. A partida de volta, no Mineirão, teve um primeiro tempo bem franco, com o Cruzeiro pressionando, não da mesma forma que o São Paulo no Morumbi, mas bem mais próximo do gol, que não saiu. Na segunda etapa, um contra-ataque matador terminou em gol de Leandro Damião. O Cruzeiro tentou, o São Paulo teve uma grande chance com Luís Fabiano, mas o placar ficou 1x0. Pênaltis. Rogério Ceni começou cobrando, fez. Leandro Damião, herói do tempo normal, bateu e Ceni pegou. Parecia ser noite de Rogério, que esteve em todas as eliminações. Veio Ganso, 2x0 SP. Marquinhos foi o primeiro a marcar pelo Cruzeiro. Souza isolou. De Arrascaeta empatou para os mineiros. Luís Fabiano na bola e Fábio pegou. Henrique acertou o seu e botou o Cruzeiro na frente, 3x2. Centurión empatou para o São Paulo. Manoel teria a chance de matar o jogo. Rogério defendeu de novo. Abrindo a série alternada, Lucão bateu e Fábio também pegou. O garoto Gabriel Xavier tinha mais um match point nas mãos. Bateu e não deu para Rogério Ceni, eliminado nos pênaltis em sua última Libertadores. Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos. Quando o São Paulo vai se recuperar?

sábado, 2 de maio de 2015

Boca-River: A Revolução de Maio.


Com esse impactante nome dado pelo diário Olé, a Argentina vive a expectativa de ver a sequencia de 3 superclássicos em 11 dias entre Boca Juniors e River Plate. Donos de uma das maiores rivalidades do mundo do futebol, as equipes argentinas se encontrarão pelo Torneo Julio H. Grondona neste domingo e depois medirão forças nas oitavas de final da Copa Bridgestone Libertadores, nos dias 7 e 14 de maio.

Os rivais vivem boa fase e atualmente estão dividindo a liderança do novo e inchado campeonato local com 24 pontos em 10 rodadas. O River de Marcelo Gallardo vem de derrota para o Huracán na Supercopa Argentina, mas já conquistou um título na temporada: A Recopa Sulamericana, contra o San Lorenzo. O Boca ainda está invicto no ano e com os 100% de aproveitamento na fase de grupo da Libertadores, o time comandado por Rodolfo Arruabarrena cravou na história a melhor campanha desta fase na história da competição.

Em 2015, os rivais se enfrentaram no Torneo de Verano, uma competição de pré-temporada entre os clubes argentinos, e o Boca com seu time considerado reserva venceu o River por impactantes 5x0. No último confronto internacional entre as duas equipes, o River eliminou o Boca na Copa Total Sulamericana de 2014 com uma vitória de 1x0 em casa após empate sem gols na casa do rival. Pelo Campeonato Argentino, no Torneo de Transición 2014, o último Superclássico terminou empatado em 1x1 no Monumental de Nuñez.

Com a proximidade dos confrontos continentais pela Libertadores, os treinadores optaram por manter o mistério na escalação do jogo deste domingo. O mais provável é que os times entrem em campo com poucas mudanças em relação a suas equipes habituais. O Boca, que jogará em casa, tem sua defesa como ponto forte. Sofreu apenas 5 gols em 10 jogos, tendo ficado 5 sem que o adversário balançasse suas redes. O River, que tem o ataque mais positivo da competição com 24 gols, conseguiu marcar em todas as partidas disputadas e pretende continuar essa marca para apagar o vexame sofrido para o rival na pré-temporada.

Independente do que acontecer em campo domingo na Bombonera, o mundo do futebol vai sair vencedor. Serão 3 superclássicos históricos que moverão multidões, paixões e muita rivalidade. Agora com os dois gigantes em grande fase, a expectativa é por 3 grandes jogos não só na tradicional raça, mas também na parte técnica e tática. Que vença o melhor e que viva o futebol!

AGENDA

03/05
Torneo Julio H. Grondona
Boca Juniors x River Plate
Estádio Alberto J. Armando - La Bombonera
Horário: 18h15
Transmissão: Fox Sports 2

07/05
Copa Bridgestone Libertadores
River Plate x Boca Juniors
Estádio Antonio Vespucio Liberti - Monumental de Núñez
Horário: 21h00
Transmissão: SporTV

14/05
Copa Bridgestone Libertadores
Boca Juniors x River Plate
Estádio Alberto J. Armando - La Bombonera
Horário: 21h00
Transmissão: SporTV